Professores de matemática realizam formação com foco em História e Cultura Afro-Brasileira (Lei 10.639/03)

A formadora da Seme, professora Scheila Tessarolo Vieira e os professores de matemática do turno vespertino da rede municipal

A Prefeitura de Nova Venécia, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Seme) e da coordenação do Ensino Fundamental Anos Finais,  na última sexta-feira (23), realizou a Formação Continuada em Serviço para professores de matemática da rede sobre relações étnico-raciais nas aulas de matemática.

Durante a formação, os professores da rede viram  como é possível abordar a História e Cultura Afro-Brasileira nas aulas de matemática. A formadora da Seme, professora de matemática, Scheila Tessarolo Vieira, mostrou a possibilidade de se trabalhar o assunto utilizando gráficos, que explorem diferenças raciais, a diferença na taxa de analfabetismo ou de desemprego entre pessoas brancas, negras (que incluem pretas e pardas) e indígenas, fazendo assim a análise destes dados.

Os professores puderam refletir sobre a arte em cestos e cerâmicas indígenas, bem como nos grafismos e estampas africanas, por exemplo, que permitem trabalhar os padrões geométricos, além dos vários jogos, que podem ser explorados. O mancala é bastante conhecido e estimula o raciocínio das crianças. Também há outros que possibilitam abordar os conceitos de medida, proporção e quantidade. Já brincadeiras africanas como a garrafinha, o labirinto e o matacuzana permitem explorar a noção de espaço.

A formadora trouxe para a turma a dinâmica da “Caixa de Expressões Racistas”, em que é possível relacionar racismo e linguagem.  A atividade tem como objetivo banir as expressões racistas do vocabulário, independentemente do contexto, da ocasião e do ambiente, a fim de formar pequenos e pequenas cidadãs, que sejam promotoras da equidade e inclusão social. 

Segundo a formadora da Seme, professora de matemática, Scheila Tessarolo Vieira, a escola, como determinado pela Lei 10.639 de 2003, deve ser um espaço para discutir questões que busquem soluções e modifiquem pensamentos e atitudes preconceituosas e valorizem a cultura africana, afro-brasileira e dos povos indígenas, de forma a contribuir com a construção de uma sociedade com mais equidade. “Embora a obrigatoriedade desse trabalho já tenha quase 20 anos, ainda hoje é algo que, muitas vezes, restringe-se às aulas de história durante o mês de novembro – quando celebramos o Dia da Consciência Negra. No entanto, a temática pode ser explorada em todas as áreas de conhecimento durante todo o ano, inclusive em matemática”, explicou a especialista.

Ariadna Pereira Siqueira Effgen, professora do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) campus Nova Venécia, também fez uma participação na oficina sobre o fortalecimento do trabalho colaborativo entre o professor da educação especial e o professor de matemática, trazendo para o debate a análise de termos como equidade e o compromisso dos professores em promover uma educação que realmente seja para todos, mesmo sob a perspectiva da diversidade, que garanta a aplicação de alguns Temas Contemporâneos Transversais na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), como os Direitos Humanos, que tem como um dos marcos legais a Lei 10.639/2003.


A coordenadora da Educação Especial na Seme e a professora Ariadna Pereira Siqueira Effgen (Ifes) tratando do trabalho colaborativo 

Ascom | PMNV